terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

5ª atividade de Língua Portuguesa: poemas (sonetos, cantigas, poema de cordel) notícias e crônicas.


Narração de fatos e descrição minuciosa de ambientes:


O texto narrativo caracteriza-se pelo relato de fatos retratados por uma sequência de ações, relacionadas a um determinado acontecimento, podendo ser estes fatos reais ou fictícios.

Para que este relato seja algo dotado de sentido, o mesmo dispõe-se de alguns elementos que desempenham funções primordiais. Representando-os, figuram-se os personagens, peças fundamentais para a composição da história, narrador, espaço, tempo e enredo propriamente dito, ou seja, o assunto sobre o qual se trata. 
Dentre aqueles caracterizados como narrativos, destacam-se os contos, novelas, romances, algumas crônicas, poemas narrativos, histórias em quadrinhos, piadas, letras musicais, entre outros. 
Como anteriormente mencionado, os elementos que constituem a referida modalidade são dotados de funções específicas, e para que possamos compreendê-las de modo efetivo, as analisaremos minuciosamente:

Personagens
Constituem os seres que participam da narrativa, interagindo-se com o leitor de acordo com o modo de ser e de agir. Algumas ocupando lugar de destaque, também chamadas protagonistas, outras se opondo a elas, denominadas de antagonistas. As demais caracterizam-se como secundárias.

Tempo
Retrata o momento em que ocorrem os fatos (manhã, tarde, noite, na primavera, em dia chuvoso). O mesmo pode ser cronológico, ou seja, determinado por horas e datas, revelado por acontecimentos dispostos numa ordem sequencial e linear - início, meio e fim; e psicológico, aquele ligado às emoções e sentimentos, caracterizado pelas lembranças dos personagens, reveladas por momentos imprecisos, fundindo-se em presente, passado e futuro.

Espaço
É o lugar onde se passa toda a trama. Algumas vezes é apenas sugerido no intuito de aguçar a mente do leitor, outras, para caracterizar os personagens de forma contundente. Dependendo do enredo, a caracterização do mesmo torna-se de fundamental importância, como, por exemplo, os romances regionalistas.

Narrador 
Ele funciona como um mediador entre a história que ora é narrada e o leitor (ou ouvinte). Sua perspectiva, aliada a seu ponto de vista e ao modo pelo qual organiza tudo aquilo que conta, são fatores decisivos para a constituição da história.

A maneira pela qual o narrador se situa em relação ao que está narrando denomina-se como foco narrativo. E, basicamente, há três tipos:

Narrador-personagem - Narrando em 1ª pessoa, ele participa da história, relatando os fatos a partir de sua ótica, predominando as impressões pessoais e a visão parcial dos fatos.

Narrador-observador – Ele revela ao leitor somente os fatos que consegue observar, relatando-os em 3ª pessoa.

Narrador-onisciente – Além de observar, ele sabe e revela tudo sobre o enredo e os personagens, até mesmo seus pensamentos mais íntimos, como também detalhes que até mesmo eles não sabem. Em virtude de estar presente em toda parte, é também chamado de onipresente, o que lhe permite observar o desenrolar dos acontecimentos em qualquer espaço que ocorram.
Algumas vezes limita-se a observá-los de forma objetiva, em outras, emite opiniões e julgamento de valor acerca do assunto.

Enredo 
É o conjunto de incidentes que constituem a ação da narrativa. Todo enredo é composto por um conflito vivido por um ou mais personagens, cujo foco principal é prender a atenção do leitor por meio de um clima de tensão que se organiza em torno dos fatos e os faz avançar.
Geralmente, o conflito determina as partes do enredo, representadas pelas referidas partes:

Introdução – É o começo da história, no qual se apresentam os fatos iniciais, os personagens, e, às vezes, o tempo e o espaço.

Complicação – É a parte em que se desenvolve o conflito.

Clímax – Figura-se como o ponto culminante de toda a trama, revelado pelo momento de maior tensão. É a parte em que o conflito atinge seu ápice.

Conclusão ou desfecho final – É a solução do conflito instaurado, podendo apresentar final trágico, cômico, triste, ou até mesmo surpreendente. Tudo irá depender da decisão imposta pelo narrador. 

Atividades:

1. Desenvolva uma narrativa contendo todos seus elementos. O tema é livre (minimo de 25 linhas)


Trovadorismo, humanismo e classicismo 


TROVADORISMO
Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.
O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.
Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.
Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.
No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em:
- Satíricas  
Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.
Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.
- Líricas
Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).
Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.

HUMANISMO


Foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.
Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.
Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.
Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.
O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar aoantropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.
É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.
HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO
Algumas manifestações:
Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.
Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças.
Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.
Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
“Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.
Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.
Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista (historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era anteriormente atribuída somente à nobreza.

ObrasAtividades:

“Crônica d’El-Rei D. Pedro”e barroco literatura resumo
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

CLASSICISMO, OU QUINHENTISMO

(século XV) é o nome dado ao período literário que surgiu na época do Renascimento (Europa séc. XV a XVI). Um período de grandes transformações culturais, políticas e econômicas.
Vários foram os fatores que levaram a tais transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e latinos (cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para todos.
Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus.
A arte renascentista se inspirava no mundo greco-romano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram antropocêntricos.

Características do Classicismo

- Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.
- Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
- Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.
- Presença da mitologia greco-latina
- Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.

Principais Autores e Obras
 Atividades:

Luís Vaz de Camões

Um dos maiores nomes da Literatura Universal, e certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa.
Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém sua obra mais conhecida e consagrada é a epopéia “Os Lusíadas” considerada uma obra-prima.
Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816 versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos importantes da história de Portugal.
Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e Antonio Ferreira.
O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de Camões.

Características de uma epopéia

- É escrita em versos.
- O tema é sempre grandioso e heróico e refere-se à história de um povo.
- É composta de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
  
Atividades:


01. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa:

a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos e realizações.
b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo.
d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período especifico da evolução da cultura ocidental.
e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta o homem de seu insignificância terrena.


02. Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta:

a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a base filosófica e cultural do Renascimento.
b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca.
c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou Quatrocentismo, e corresponde ao século XV.
d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia da França para os demais países, por meio dos trovadores e jograis.
e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como modelos de Verdade, Beleza e Perfeição.


03. Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa:

a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da influência provençal, pela ausência de normas para a composição poética e pelo retorno á medida velha.

b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da música, passando a ser fala. Destina-se à leitura individual ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais.

c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7 sílabas métricas (redondilhas menores).

d) A utilização sistemática dos versos redondilhas denominou-se medida velha, por oposição à medida nova, denominação que recebemos os versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda, em  1527.

e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que reúne 880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam em castelhano. Abrange a produção poética dos reinados de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521).


04. O Cancioneiro Geral não contém:

a) Composições com motes e glosas.
b) Cantigas e esparsas.
c) Trovas e vilancetes.
d) Composições na medida velha.
e) Sonetos e canções.


05. A obra de Fernão Lopes tem um caráter:

a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica;
b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento ficcional;
c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela objetividade da linguagem científica;
d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno romance histórico, pela fusão do real com o imaginário.
e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico, além do domínio da técnica dramática de composição.


06. (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:

a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
d) Só escreveu peças e português.
e) Representa o melhor do teatro clássico português.


07. (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:

a) A revolta contra o cristianismo.
b) A obra escrita em prosa.
c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados.
d) A preocupação com o homem e com a religião.
e) A busca de conceitos universais.


08. (FUVEST-SP) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:

a) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a inesperado de cada situação.
b) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas.
c) É complexa a critica aos costumes da época, já que o autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o Mal.
d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais ridicularizadas e as mais severamente punidas.
e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo.

 
09. 
(FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença, Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.

Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não descrevam
adequadamente a personagem.

a) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de tudo que juntara, nada leva para a morte, ou
melhor, leva a bolsa vazia.

b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as armas de esgrima.

c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é dissimulado e irônico.

d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível.

e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis e processos.


10. Leia com atenção o fragmento do Auto da Barco do Inferno, de Gil Vicente:

Parvo -    - Hou, homens dos breviários,
                   Rapinastis coelhorum
                   Et pernis perdigotorum
                   E mijais nos campanários.
    
Não é correto afirmar sobre o texto:

a) As falas do Parvo, como esta, sempre são repletas de gracejos e de palavrões, com intenção satírica.
b) Nesta fala, o Parvo está denunciando a corrupção do Juiz e do Procurador.
c) O latim que aparece na passagem é exemplo de imitação paródia dessa língua.
d) Por meio de seu latim, o Parvo afasta-se de seu simplicidade, mostrando-se conhecedor de outra línguas.
e) Ao misturar um falso latim com palavrões, Gil Vicente demonstra a natureza popular de seu teatro e de seus canais de expressão.




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